PAIXÃO CÓSMICA
Uma noite enluarada
Na cidade tão pacata,
Faz cantar a serenata
Que propaga o amor...
Nos verdes campos do vale
Orvalhos caem sobre a mata,
O verde torna-se prata
Exaltando o esplendor
No céu, a deusa dourada
Inerte, vislumbra admirada
Tamanha beleza em cor
A cadente de passagem
Imagina que é miragem
E se põe a observar
Admirando a paisagem
Desta mata majestosa,
Mergulha ociosa
E adormece ao luar...
As estrelas se interagem
E ouvem as águas murmurantes...
De um rio exuberante
Que caminha para o mar.
A bruma da madrugada
Afaga o verde do banhado
Que ressurge orvalhado,
Nos braços da alvorada.
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O raiar de um novo dia
Desperta a passarada
Que se põe em revoada
Pra do alto observar...
Lá no céu, desconfiado,
O astro rei enciumado
Recusa-se a brilhar...
Eis que avista - de repente
Em meio a tanta mata
Que não mais é cor de prata,
Uma cidade a emergir...
Ao reconhecer a musa
Aproxima-se veemente,
Lança um raio incandescente
E não tarda a surgir...
E contemplando a formosura
O rei se enche de ternura!
Recordando que outrora
Fostes vale do café.
E abre os braços reluzentes
Que aquece intensamente,
Essa jóia lapidada
Que se chama – São José
Ronta R.T.Marinho
12/03/2001
Registro - BN
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